Ilusão de ótica

Tive um dia ruim, péssimo, sofrível!
Tudo deu errado, tudo estava errado.
Acordei de mau humor, um gênio terrível!
Terminava o dia, como comecei, frustrado.

Afundei no sofá e pensei: que dia!
Não foi o que eu esperava, não saiu como eu queria!
Contrariando meu estado lamentável,
Vem minha filha e sorri, um sorriso doce, meigo, amável.

Reparei seu rostinho. Pela primeira vez naquele dia
Percebi que a beleza estivera o tempo todo
Nas coisas que eu não via.

Não orei, não falei com Deus,
Naquele dia, deus fui eu,
Não vi desenhos nas nuvens,
Nem olhei pro céu, só pro chão.
Não me admira doer tanto o coração!

Parei, enquanto o dia corria,
Enquanto o sol brilhava, crianças sorriam,
Pessoas se amavam, o vento soprava…
Um mundo de coisas mudava
E eu, voltado que estava pra mim, não sentia.

Olhei novamente nos olhos ternos de minha filha
Contemplei um mundo novo, saí da minha ilha.
O temor, a ansiedade, deram lugar à esperança, à alegria,
Abracei minha esposa, os amigos e lhes desejei bom dia!

Para ruminar vida afora:

“Não houve dia semelhante a este, nem antes, nem depois dele, tendo o Senhor assim atendido a voz dum homem; porque o SENHOR pelejava por Israel” Josué 10:14.