“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus” (Romanos 6:12-13).
“Um cristão é um senhor livre de tudo e não está sujeito a ninguém. Um cristão é um servo sujeito ao serviço de todos e sujeito a todos”, escreveu Lutero em 1520. Por que essa aparente contradição? Porque a liberdade cristã está intimamente ligada ao amor que deseja servir e se entregar. O amor, produzido pelo Espírito Santo (Romanos 5:5), faz surgir uma vida espontânea, alegre, que se põe voluntariamente ao serviço do próximo e encontra prazer em cumprir a vontade de Deus. Em comunhão com Ele, o cristão faz o bem, não para obter méritos ou elogios, mas como gratidão ao Pai a quem ama (1 João 5:3-4).
A liberdade que Cristo dá nos conduz, portanto, a nos colocar a serviço dos outros. É o paradoxo da liberdade. Minha verdadeira liberdade é ser eu mesmo, ou seja, tal como Deus, meu Criador, planejou para que eu fosse. E Deus me criou para amá-Lo e amar meu próximo. Por conseguinte, devo renunciar a mim mesmo. Em resumo, para viver no poder do Espírito Santo devo morrer para meu egoísmo, da mesma maneira que, para ser livre, devo servir.
O cristão espiritual encontra o sentido de sua vida e a liberdade não dentro, mas fora de si. A fonte de sua vida está em Deus. No lugar da confiança em si mesmo aparece a confiança em Deus, que produz a esperança e o amor. Essa é a genuína liberdade.