O temor reverente do Senhor

“(Cristo) nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hebreus 5:7-8).

Nos versículos citados acima achamos um impressionante resumo dos sentimentos e lutas interiores de nosso Senhor, em particular nos momentos que antecederam a cruz (Mateus 26:37-44; Marcos 14:32-42; Lucas 22:39-46).

Entre outras razões, tais relatos foram escritos para que tivéssemos um relance do horror que o Senhor experimentou com a perspectiva de ser desamparado por Seu Pai e de suportar o juízo de Deus sobre os pecados alheios, cujas profundezas somente Ele era capaz de compreender.

Além de Seu clamor, lágrimas, rogos e súplicas, que nos levam a uma adoração plena e sincera, vemos que o Senhor foi ouvido por causa de Seu “temor reverente” ou “de sua piedade”. Deus respondeu porque toda a vida do Senhor Jesus, Seus atos, palavras, milagres, orações e pensamentos eram a expressão da comunhão perfeita, constante e ininterrupta com Deus.

Enquanto os discípulos dormiam por causa da tristeza, a súplica do Senhor se elevava ao Deus Pai, a quem nesta única ocasião chamou de “Aba” (Marcos 14:36). O Senhor tinha vindo para morrer pelos pecadores (João 12:27). Mas Sua angústia era tamanha que Ele precisava da força do Pai para cumprir Seu destino. Mais uma prova de que Ele era totalmente Deus e totalmente homem!