Recentemente, nossa família saiu à procura de escrivaninhas. Eu precisava de uma nova para o meu escritório, e prometera à Andrea e à Sara que também compraria escrivaninhas para os quartos delas. Sara estava espcialmente entusiasmada. Quando chegou da escola, advinhe o que ela fez? Brincou de escola! Nunca fiz isto em minha infância. Eu tentava esquecer as atividades da sala de aula, não repeti-las. Denalyn assegurou-me de que não avia problema, e de que esta era uma daquelas diferenças entre os sexos. Então fomos para a loja de móveis.
Quando Denalyn compra móveis, ela prefere um dos dois extremos – tão antigos, que chegam a ser frágeis, ou tão novos, que nem estão pintados. Dessa vez, optamos pelo último, entramos numa loja de móveis crus.
Andrea e Sara foram rápidas em suas escolhas, e eu fiz o mesmo. Em dado momento do processo, Sara descobriu que não levaríamos a escrivaninha para casa naquele dia, e isto perturbou-a profundamente. Expliquei-lhe que a peça tinha de ser pintada, e eles a entregariam dentro de quatro semanas. Eu poderia igualmente ter dito quatro milênios.
Seus olhos encheram-se de lágrimas.
“Mas, papai, eu quero levá-la para casa hoje.”
Para crédito de Sara, ela não bateu os pés, fazendo exigências. Arranjou, no entanto, um modo urgente de fazer seu pai mudar de idéia. Cada vez que eu me virava para o lado, lá estava ela me esperando.
“Papai, não acha que nós poderíamos pintá-la?”
“Papai, Eu mesma poderia fazer alguns desenhos em minha escrivaninha.”
“Papai, por favor, vamos levá-la para casa hoje.”
Após alguns minutos, ela desapareceu, apenas para retornar em seguida com os braços abertos, borbulhando com a descoberta:
“Adivinhe, papai! Ela cabe no porta-malas do carro!”
Você e eu sabemos que uma garotinha de sete anos do que cabe ou não num veículo, mas o fato de ela haver medido o porta-malas, com seus próprios bracinhos, amoleceu meu coração. O argumento decisivo, entretanto, foi o nome com que chamou-me:
“Papai, por favor, vamos levá-la hoje.”
A família Lucado levou uma escrivaninha para casa naquele dia.
Atendi o pedido de Sara pela mesma razão que Deus atende os nossos. O desejo dela era para o seu bem. Que pai não gostaria que seu filho passasse mais tempo estudando e desenhando? Sara queria o que eu também queria para ela. Só que ela o queria o mais rápido possível. Quando concordamos com o que Deus quer, Ele igualmente nos ouve (1 João 5:14).
O pedido de Sara foi franco. Deus também é movido por nossa sinceridade. “A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5:16 NVI).
Porém, acima de tudo, fui movido a atender porque Sara chamou-me de “papai”. Porque ela é minha filha, atendi o seu pedido. Porque somos Seus filhos, Deus atende-nos as orações. O Rei da Criação presta especial atenção à voz de Sua família. Ele não apenas está disposto a ouvir-nos – Ele ama ouvir-nos. E ainda nos diz o que lhe pedir. “Venha o Teu reino”.
Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com