O governo da França estendeu sua campanha contra o uso do véu integral e da burca. Nesta quarta-feira, o premiê francês, François Fillon, anunciou um decreto em que promete negar a naturalização de um estrangeiro que obriga a mulher francesa a usar o véu que cobre o corpo todo.
A proibição já havia sido anunciada na terça-feira pelo ministro de Imigração francês, Eric Besson.
Em entrevista à rádio Europe 1, Fillon explicou que o decreto foi baseado em uma lei que nega a nacionalidade francesa àqueles que não aceitarem os princípios laicos e de igualdade entre homens e mulheres. Ele ressaltou que o homem que obriga a mulher a utilizar o véu rompe com esse valores.
A norma é anunciada uma semana depois de uma comissão parlamentar que analisa o uso da burca na França ter pedido a proibição da vestimenta em locais públicos, como transportes coletivos, escolas, hospitais e escritórios do governo.
Em artigo, o jornal israelense “Haaretz”, disse que o Estado de Israel se mostra mais tolerante com muçulmanos do que a França, em obsessão com a proibição da burca.
“A França, país onde ninguém protesta quando uma mulher faz topless na praia, está travando uma guerra na direção oposta”, observa. “Os políticos franceses estão ponderando como banir a burca (…) O tom foi dado há dois meses pelo presidente Nicolas Sarkozy, que declarou que (…) a burca e suas variantes não são “bem-vindas ao território francês””, lembrou o jornal.
Na segunda-feira, a Igreja Católica francesa alertou o governo sobre o respeito aos direitos dos muçulmanos se quer que os países islâmicos respeitem as minorias cristãs.