“Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e disse-lhes: A quem buscais?” João 18:4.
Uma característica especial dos sofrimentos do Senhor é que Ele sabia de antemão tudo o que Lhe aconteceria. Como verdadeiro homem e, ao mesmo tempo, Deus eterno, Sua vida foi manifesta em todos os detalhes diante dEle. Como ser humano estava ligado ao espaço e ao tempo, porém, como Deus, não conhecia essa limitação.
No Getsêmani, como deve ter sido difícil para Ele quando tudo o que O aguardava na cruz se apresentou em Sua mente. Cristo não apenas iria sofrer com requintes de crueldade, mas experimentaria algo que jamais em toda a eternidade aconteceu e que não acontecerá novamente: a interrupção de Seu relacionamento com o Pai e o “ter sido feito pecado” por nós. Ele, que não cometeu pecado, iria conhecer todo o horror do pecado. Ele, que como homem sempre vivera em inalterável comunhão com Deus, iria ser abandonado por Seu Pai. Ele, que poderia dizer sobre Si mesmo que era “a luz”, iria ser crucificado em meio às mais densas trevas. Ele, que era o autor da vida, iria derramar a sua alma na morte Isaías 53:12. O Senhor sabia que iria exclamar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Salmo 22:1; Mateus 27:46; Marcos 15:34).
Tudo isso estava em Seu íntimo quando Ele se apresentou aos Seus inimigos, dizendo: “A quem buscais?” Sabia exatamente o que aconteceria; contudo, não vacilou um instante sequer. Como fiel Servo de Deus, seguiu Seu caminho de obediência e de entrega para cumprir a obra que Deus Lhe havia dado.
(Continua no próximo domingo)