A polícia israelense deteve um homem de Tel Aviv que convivia simultaneamente com 17 mulheres, sob a suspeita de ter escravizado e abusado tanto delas como de seus 38 filhos.
Goel Ratson, de 60 anos, foi detido na segunda-feira depois de a polícia receber várias denúncias de abuso e maus-tratos, mas só hoje o juiz abriu segredo do caso, informa a edição eletrônica do jornal israelense “Haaretz”.
Entre os crimes pelos quais Ratson é atribuído estão os de escravizar, violar, extorquir sob ameaça e agredir sexualmente menores de idade.
O indivíduo estava sob investigação desde junho passado e alegava que suas mulheres e filhos conviviam com ele de forma voluntária, embora tenha sido uma delas que o delatou perante os juízes, segundo o jornal “Yedioth Ahronoth”.
O caso de Ratson surgiu na imprensa há mais de um ano, quando o “Canal 10” israelense divulgou um vídeo sobre o estilo de vida que muitos interpretaram como uma espécie de seita.
Algumas das mulheres diziam na reportagem que até fariam suicídio coletivo se alguém tocasse em seu líder, enquanto ele assegurava ter impedido que algumas se matassem quando pensaram por engano que ele as abandonaria.
A polícia confiscou na residência da família um código de conduta interno que todos os membros da família deviam seguir sem exceção e entre cujas normas figuram que as mulheres não se comunicariam com outros homens nem manteriam contato direto com seus familiares.
Ninguém podia tampouco comer carne, fumar, beber álcool ou vestir-se de modo que não fosse recatado.
Segundo o jornal “Haaretz”, outro elemento que sugere a possível existência de uma seita dentro da suposta estrutura familiar é que Ratson era considerado por suas mulheres e filhos como “O Redentor” do universo e assim, de fato, se denominava em hebraico (Ha-Goel).
Os nomes de cada um seus 38 filhos incluem a palavra “Redentor” como segundo nome. Os membros da família também lhe atribuem uma capacidade sobrenatural e divina.