“Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra.” [1]
“Então, orou Ana e disse: O meu coração se regozija no SENHOR, a minha força está exaltada no SENHOR; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação.” [2]
Meu último aniversário foi inesquecível. 13 de fevereiro de 2005 amanheceu com aquela garoa típica do meio do verão. Saí do plantão em Barbacena após trinta e seis horas tranqüilas de atendimento e me dirigia para casa. Estava acompanhado de duas colegas – uma pediatra e uma clínica e, juntos, retornávamos para descansar em Juiz de Fora.
Havíamos viajado já uns 25 quilômetros quando, após uma descida íngrime, perdi o controle do carro na pista molhada e não consegui fazer a curva que estava imediatamente no final da descida. Caímos em um despenhadeiro de uns 10 metros de altura.
Tive a nítida sensação que iria morrer. Quando o carro patinou na estrada e já não consegui manter a direção, confesso que a única coisa que me veio na mente foi: “Agora eu vou morrer e encontrar com Jesus”. Segurei firme no volante. O carro estava a 60 Km/h. Passamos direto pela curva, o carro saltou pelo precipício e caímos com as quatro rodas do carro atoladas na lama. Imediatamente o motor desligou. Saímos do carro andando, ilesos. Nenhuma unha sequer foi quebrada.
Nunca pensei que pudesse testemunhar desta forma. Sou um indivíduo muito ansioso e não consigo manter a frieza quando estou em situações de perigo. Desta vez, porém, a coisa foi diferente. Não sei como explicar o que senti naquele momento, mas uma coisa eu sei: eu não temi a morte, pois eu senti que estaria com Jesus.
Quando subimos o despenhadeiro para pedir socorro, estava grato e tranqüilo por entender que, se o Senhor me guardou Ele ainda tem algo para mim neste mundo.
Imediatamente me lembrei do Salmo 34. Pude experimentar na carne o livramento do Senhor. Nenhum osso do meu corpo foi quebrado. No meu aniversário, ganhei do Senhor a oportunidade de continuar a servi-Lo neste mundo. Aleluia.
A Palavra do Senhor é fiel. Minhas colegas também não sofreram nenhum arranhão. Estou convencido de que, se um justo do Senhor passa por um momento de provação, o livramento de Deus é capaz, não só de livrá-lo do vale da sombra da morte, como também livrar aqueles que estão ao seu lado.
Não me chamo de justo porque sou melhor, mais ético ou mais comportado que ninguém. Sou justo porque Deus me justifica em Cristo, e se você não se julga digno de ser chamado justo, saiba que o sangue de Jesus nos justifica de todo o pecado. E assim, justificados em Cristo, podemos receber de Deus todas as bênçãos prometidas aos justos.
Naquela tarde, pude estar na casa do Senhor orando e compartilhando com meus irmãos o grande livramento que Deus havia me dado.
Não sei se em uma próxima situação tão estressante terei tanta calma como nesta em especial. Porém estou bem certo de que o meu redentor vive e a sombra da morte não consumiu a minha fé. Estou feliz por estar vivo neste mundo por mais algum tempo.
Até a próxima.
Notas:
[1] Salmos 34:19 [2] 1 Samuel 2:1
