A mãe de um menino que sofre de deficiências graves, mantido vivo por um respirador artificial, pediu que o hospital o deixe morrer naturalmente.
William Towsend, de nove anos de idade, sofre de paralisia total, é parcialmente cego, precisa de cuidados constantes e é alimentado por um tubo.
Ele já esteve sob risco de morrer em várias ocasiões.
Victoria Towsend, da região de Dorset, na Inglaterra, agora pediu aos médicos que revejam o tratamento, que custa quase R$ 1,5 milhão por ano.
“Se for possível, eu realmente não gostaria que ele passasse por nenhuma outra cirurgia”, disse Towsend, de 46 anos.
“Espero que William escolha a hora em que estiver pronto para nos deixar e tire essa decisão de nossas mãos.”
‘Muito doído’
O menino sofreu uma hemorragia cerebral quando tinha apenas três semanas de vida e ficou com lesões permanentes.
Os médicos não acreditavam que ele sobreviveria, mas decidiram transferi-lo para outro hospital quando ele completou quatro anos de idade, a um custo de cerca de R$ 4 mil por dia.
Towsend acrescentou: “Ele nunca vai sair dos meus pensamentos, é muito doído, mas não quero mais que ele continue aprisionado em seu corpo”.
“William está estável mas têm múltiplas condições que o deixam incapacitado. Os médicos não sabem por quanto tempo ele vai viver, já que não há diagnóstico e, por conta disso, não há prognóstico.”
Em 2004, Victoria Townsed criou a organização Breath On UK (“Continue Respirando Reino Unido”, em tradução livre), para ajudar as famílias de crianças e jovens dependentes de respiradores artificiais.
Nesta semana, um caso semelhante chamou a atenção da imprensa. Na segunda-feira, um pai iniciou uma batalha judicial contra um hospital na Suprema Corte, para que os médicos mantenham seu filho de um ano de idade vivo.
O menino sofre de síndrome miastênica congênita e tem dificuldades de respirar. O hospital quer desligar os aparelhos que mantém o menino vivo e conta com apoio da mãe.
O pai alega que o bebê não tem lesões cerebrais e consegue ver e ouvir os pais.