Amigos, não estou atrasado nem cometi mais um erro de digitação. Estou me referindo mesmo ao ano que já passou. Se não posso dizer que tudo correu às mil maravilhas, que não tenha havido lutas e decepções, que todos os planos foram concretizados da maneira como gostaríamos, também não seria justo reclamar demais. Nem tudo são flores, é verdade. Há espinhos na vermelha e perfumada rosa (esta metáfora é nova). Porém, creio que seria ponderado afirmar-se que, entre perdas e ganhos, todos se salvaram e o balanço foi positivo. Apesar de todos os pesares, um rumo foi definido. Nas turbulências da economia, no direcionamento do ministério, nos projetos profissionais, nas conquistas pessoais, 2008 foi um bom ano.
Admito que nem todos tenham a mesma opinião. Quem mora
Foi um ano intenso de realizações. Sou agora formado, vejam vocês. Lancei a segunda edição do livro (ou revistinha, ou livrinho, ou brochurinha – chamem do que quiser, mas comprem!) Fazendo Discípulos. Estou concluindo para enviar para a gráfica Juízes – Bastidores do Caos que, se Deus permitir, em 2009 sai. Conseguimos, a duras penas, mas conseguimos, completar mais um ano com o Efeito Estufa no ar. Mas com tanta coisa rolando, fiquei mais ausente de Colunet do que gostaria. Em 8 anos de contrato, foi o menos produtivo. Foram apenas 18 artigos em 52 semanas. Se desta vez não for mandado embora, acho que ganhei estabilidade! É o velho axioma do ganhar de um lado e perder do outro. Uma grande lição a ser aprendida é que ninguém consegue dar conta de tudo. O importante é não deixar de ter perspectivas. De nunca deixar de querer mais, de não enjoar de ganhar e continuar não gostando de perder.
Não se trata, no entanto, de uma visão meramente positivista da vida. Porque ao cristão cabe discernir que nem tudo o que chamamos de perda é de fato perda e nem tudo o que chamamos de ganho é de fato ganho. O conceito que temos de “bênção” precisa ser questionado, revisto e revisitado. Paulo já dizia, inspirado, que havia coisas na perspectiva natural da vida que ele poderia considerar como lucro, mas ele preferiu considerar como perda. Moisés preferiu perder os tesouros incalculáveis do Egito. O próprio Senhor abriu mão da alegria que lhe estava proposta, da sua condição de Inspirador e Razão maior de toda a adoração celestial. Bênção, neste sentido, está muito longe de ser a conquista via oração e jejum daquilo que nós mesmos sonhamos e projetamos para proveito pessoal. Ganho e perda assumem um valor relativo, quando considerados sob a sombra da eternidade. O que vale não é aquilo que nos dá lucro para o imediato, mas o que fica para sempre. Dentro desta idéia, ganhamos ou perdemos no ano que ora finda?
Num outro viés, é sempre hora oportuna para lembrar que a gratidão é a virtude dos remidos. Aqueles que recebem de Deus as bênçãos, sabem reconhecer que não conseguiram nada por si mesmos, mas dão o devido valor, honra e louvor a quem de direito: o Pai das luzes, fonte de toda boa dádiva e todo dom perfeito, segundo nos registra o apóstolo Tiago. É fácil pensar que conseguimos isto ou aquilo por nosso mérito e esforço. É menos fácil, mas possível, creditar nossas conquistas a amigos, professores, pais e irmãos. Por que parece ser tão difícil lembrar que, na verdade, embora sejam canais que nos abençoam, nós mesmos e estes queridos que nos rodeiam são manifestações visíveis da graça que recebemos de Deus, diariamente, mensalmente, ano após ano?
Finalmente, o que nos espera? Estamos no meio de uma crise econômica mundial. A expectativa de muitos se volta para o novo presidente americano, sua nova política internacional e suas novas medidas econômicas, que certamente hão de se refletir sobre o mundo todo. As incertezas comuns a esta época do ano são dissipadas na medida em que se percebe que o importante não é saber o que vai acontecer, mas estar certo de Quem vai estar conosco todos os dias. Se a consumação deste século ocorrer em 2008, Ele estará lá. Se não, Ele continuará conosco. Ele prometeu, Ele cumprirá. Não é preciso nem é sábio tentar antecipar o amanhã, muito menos o ano que vem. Gosto demais daquele antigo hino que diz “Se não enxergo o trilho além, de certo sei com Quem”. Para mim, esta é a síntese perfeita da minha tranqüilidade. Se vou pelas águas tranqüilas ou se pelo vale da sombra da morte, o que importa não é a paisagem, e sim a companhia. O Bom Pastor estará em qualquer lugar.
Isto nos basta. Então, pro alto e avante!