Igreja Luterana Alemã elegeu primeira mulher para líder

Uma divorciada de 51 anos, mãe de quatro filhos, já descrita em tempos pela imprensa como uma “mistura entre Madre Teresa e Demi Moore”, tornou-se hoje a primeira mulher a liderar a Igreja Protestante Alemã, que reúne cerca de 25 milhões de luteranos e calvinistas.

Margot Kässmann, bispo de Hanôver (noroeste da Alemanha), torna-se, assim, a terceira mulher a liderar uma das mais importantes igrejas cristãs, recorda a Reuters. As outras são Katharine Jefferts Schori, da Igreja Episcopal dos Estados Unidos, e Susan Johnson, da Igreja Evangélica Luterana no Canadá.

Kässmann sucede, num mandato de seis anos, ao bispo de Berlim, Wolfgang Huber, 67 anos – e é a mais nova de sempre no cargo. Tem a missão de recuperar a saída de muitos crentes – quase 300 mil em dois anos deixaram de afectar o imposto eclesiástico à Igreja Luterana, diz a AFP.

Com presença regular na televisão, Margot Kässmann é conhecida como “bispo pop”. A sua eleição era uma hipótese controversa, mas recolheu 132 dos 142 votos do sínodo – a assembleia decisória da Igreja.

“A eleição é um sinal para a Igreja em todo o mundo de que Deus nos chama à liderança, sem consideração de género, cor ou origem”, afirmou Ishmael Noko, secretário-geral da Federação Luterana Mundial, citado pela agência Notícias Ecuménicas Internacionais, do Conselho Mundial de Igrejas.