“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.” Hebreus 7:25
Alegres saudações, abraços ternos e carinhosos, apertos de mãos vigorosos. Olhos nos olhos, simpatia e amor genuíno. Estas são algumas das situações que os irmãos me proporcionam quando compareço às reuniões do culto de Intercessão que minha igreja promove todas as quartas-feiras. Lembro-me que, não há muito tempo, eram poucas pessoas e hoje, maravilho-me ao ver, pelo menos, 10 vezes mais a quantidade de irmãos que tem separado esse dia, ou melhor, noite, para louvar ao Senhor. Isso é, no mínimo, resposta de oração.
Naquela noite em especial, meu coração, apesar de cansado e triste, estava em paz. Precisava da Palavra, do pão espiritual… sentir a presença do Senhor. E Ele veio; veio no louvor inicial, em um sorriso e um abraço em especial, na Palavra através do servo que ministrou sobre a necessidade de não guardar ressentimentos e, principalmente, no momento em que fomos avisados para nos reunir em pequenos grupos para orarmos juntos. Já havia me levantado e dirigia-me a um pequeno grupo de queridas irmãs para levarmos ao Senhor nossas petições. Essa era a minha vontade, não a dEle. De repente, parei e ouvi uma voz que dizia: “Dê meia volta e olhe para trás… quero que ore com aquela mulher, aquela mesmo, à sua esquerda, naquele grupo, vamos!” A voz foi tão clara que não hesitei e, numa volta, fui em sua direção. Só entenderia o ocorrido mais tarde. Apresentei-me ao grupo que esperava por alguém que tomasse a iniciativa da oração e sentei-me. Iniciamos a conversa e quis saber quais eram os pedidos. Uma a uma, me disseram o que queriam e, por último, o pedido de outro irmão que se juntou ao grupo depois e o meu. O círculo formado e a oração em conjunto tocaram meu coração e senti o desejo de orar mais e mais em específico por uma das mulheres que estava ali na condição de visitante.
Após o término, ainda sentia que devia fazer mais. Puxei-a para um canto e disse: Não sei qual é o seu problema, mas tenho que lhe dizer que Jesus Cristo ouviu seu clamor. Descanse! A mulher começou a chorar. Naquela semana, seu filho havia sido preso por assalto e estava na cadeia desesperado pela loucura que cometera num momento de desespero. Choramos juntos. Ela então começou a contar outras coisas que a afligia e, grande parte, oriunda daquela situação. Ela falou, falou e o culto avançava, eu sentia que a cada fala, um peso muito grande lhe saia dos ombros, já que me revelou também, estar sozinha nessa luta. Eu disse que não, o Senhor acompanhara cada momento e estava mais presente do que nunca em sua vida. Encorajada, contou-me outras coisas e pedi para que ela repensasse em sua vida e que entregasse tudo nas mãos do Deus do impossível. Disse também que a vida dela poderia mudar em termos de paz, caso aceitasse Àquele que morreu na cruz por todos nós, inclusive ela, além do filho. Naquele momento, creio que a semente foi plantada e com certeza, Jesus irá regá-la. Nesse instante, outro irmão muito querido aproximou-se e, juntos, intercedemos mais uma vez pela doce Carmem. No fim, nos abraçamos e ela seguiu o caminho dela e nós, o nosso. Naquela noite em que entrei cansado física e emocionalmente, saí renovado. Em casa, ao deitar-me, a sensação de dever cumprido e um leve sorriso na boca embalaram meu sono.