“De longe o viram e, antes que chegasse, conspiraram contra ele para o matar. E dizia um ao outro: Vem lá o tal sonhador!” Gênesis 37:18-19.
Embora eu tenha que reconhecer que Deus tinha um plano para José no Egito, essa história me leva a pensar em problemas de relacionamento mal administrados, os quais causam estragos profundos e, muitas vezes, irreparáveis com o passar do tempo. E isso pode acontecer em qualquer lugar e em qualquer tempo, dentro de casa, entre amigos e parentes, no serviço e até mesmo na igreja de Cristo.
Pensemos em alguns dos apelidos de José:
José, o dedo-duro – ele dedava os irmãos Dã e Naftali, filhos de Bila, serva de Raquel e Gade e Aser, filhos de Zilpa, serva de Lia. Além de serem filhos das servas, tinha um janotinha adolescente que vivia contando ao pai as sua falcatruas. Esse fato provocou uma ira muito grande na cabeça e no coração deles.
José, o preferido – Na cara dura, Jacó o tratava com muito mais carinho e atenção. José era o filho de sua velhice com sua amada Raquel, que antes não podia lhe dar um filho, por isso o tinha como especial. Infelizmente, Jacó não soube lidar com isso, provocando ciúme entre os irmãos. O problema aumentou ainda mais quando Jacó deu a José uma túnica talar especial da marca OP – O Preferido.
José, o sonhador – Enquanto os irmãos trabalhavam no sol escaldante do deserto, José ficava em casa, ora na barra da saia do pai, ora sonhando. E quando seus irmãos chegavam, ele vinha correndo contar-lhes o que sonhara. Tais sonhos davam a entender que, um dia ele governaria sobre eles. Embora esses sonhos fossem proféticos, até então ninguém sabia e isso provocava um ódio mortal do irmãozinho.
Juntando tudo, vemos que o patriarca Jacó não soube administrar bem os problemas de relacionamento entre seus familiares. Já havia esse problema entre suas duas esposas, provavelmente entre as criadas também, e isso se estendeu aos filhos e, muitos anos mais tarde, às doze tribos de Israel.
Creio que isso deve servir de alerta a todos nós, pois, em nossa vida, relacionamo-nos com muita gente, porém, nessa oportunidade, gostaria que pensássemos sério em nosso relacionamento entre irmãos em Cristo, principalmente em nossas igrejas locais.
Há problemas de fofoca? Sim, há. Há problemas de ciúmes? Sim, há. Há problemas de inveja? Sim, há. Há problemas mal resolvidos? E como há!
O problema maior nem é o problema em si, mas o não saber lidar com ele, ou melhor, muitas vezes sabemos o que fazer, mas não o fazemos. Tudo se resume nisso: Uma questão mal resolvida.
Que Deus nos dê sabedoria e coragem para resolvermos todos os nossos problemas, sejam eles pequenos ou grandes, para não deixarmos acumular nosso meio, sentimentos ruins, os quais causam estragos irreparáveis a nós mesmos e a outros.