AZERBAIDJÃO (20º) – Com aproximadamente 18 meses de idade, Luka Eyvazov finalmente recebeu sua certidão de nascimento, só depois que o Forum 18 News Service reportou as repetidas recusas das autoridades em expedir sua certidão de nascimento porque eles não desejavam registrá-lo com um nome cristão.
Os pais de Luka, que são Batistas de etnia Georgiana, vivem na pequena cidade de Aliabad na região noroeste de Zakatala, próxima da fronteira com a Geórgia. “A administração da cidade telefonou para meu marido em 17 de dezembro para dizer que a certidão de nascimento estaria lá, e ele a pegou em 20 de dezembro”, contou a mãe de Luka ao Forum 18, de Aliabad, em 10 de janeiro. “Eles disseram que não tiveram permissão anterior para expedir a certidão de nascimento e até pediram desculpas por nos fazer esperar e sofrer por tanto tempo”.
Luka Eyvazov é o quarto filho de Novruz Eyvazov, o líder de uma das três congregações Batistas em Aliabad. O caso dele é o ultimo caso conhecido de uma série de pais batistas na cidade, de maioria muçulmana, os quais tiveram as certidões de nascimentos negadas para suas crianças por terem escolhido primeiros nomes cristãos e não muçulmanos. No entanto, Gurayat Eyvazov disse que não está certo se da próxima vez que pais Batistas tentarem conseguir uma certidão de nascimento para sua criança com um nome cristão, não enfrentarão iguais recusas. “Os oficiais não disseram nada sobre isto”, ela disse ao Forum 18.
Nascimentos de crianças no Azerbaidjão são geralmente registrados no lugar onde seus pais estão registrados para morar. Como cidadãos azerbaidjanianos e residentes registrados de Aliabad, o casal Eyvazov tentou registrar o nascimento de Luka na administração da cidade local, na qual eles encontraram a primeira recusa. Sem uma certidão de nascimento, Luka não poderia ir para o maternal ou para a escola, nem conseguir tratamento em um hospital, nem viajar para fora do país.
Os pais de Luka falharam também na administração regional em Zakatala, onde o oficial de registro civil – Aybeniz Kalashova – escreveu para os Eyvazovs no último mês de maio, reclamando de missionários batistas estrangeiros que tinham vindo para o Azerbaidjão, aproximadamente nos anos 1990, “espalhando a fé Cristã da seita Batista entre a população”, e que “tentavam mudar os nomes e sobrenomes, mudando-os para nomes Georgianos e Cristãos”.Os Eyvazovs até levaram o caso para Mehman Soltanov, do Departamento de Registro Civil do Ministério da Justiça, na capital Baku, mas também falharam em “quebrar o protocolo”.
Outros membros da minoria de etnia georgiana do Azerbaidjão têm dito ao Fórum 18 que as dificuldades de registrar crianças com nomes cristãos é particularmente ocorrida na região de Zakatala, embora ocorra de tempos em tempos nas regiões vizinhas com minoria étnica Georgiana.
O padre georgiano Ortodoxo Ioan Abesashvili, confirmou ao Fórum 18 em Kakh, no último mês de novembro, que os membros de suas paróquias não tinham problemas no registro de nascimento de suas crianças com nomes cristãos georgianos.
Enquanto isso, Zaur Balayev, pastor de uma outra congregação Batista em Aliabad, contou ao Fórum 18, em 04 de janeiro, que as autoridades da cidade tinham finalmente concordado em permiti-lo abrir uma mercearia. Ele disse que recusas anteriores foram parte de uma oposição oficial local sistemática contra Batistas na cidade e uma tentativa de deixá-los fora dos meios econômicos, privando-os dos meios de ganharem a vida.
Duas das três congregações Batistas em Aliabad têm tentado repetidamente registrar-se com as autoridades legais para ganharem status legal, mas, apesar de reunirem todos os critérios, não conseguiram nada com suas investidas. A terceira congregação não deseja registrar-se. Membros da igreja têm sido detidos, multados, ameaçados e tiveram suas casas derrubadas durante a década passada.
Najiba Mamedova, a escrivã da região de Zakatala, furiosamente recusou discutir com Fórum 18, em 10 de Janeiro, porque ela ainda está recusando registrar as assinaturas das congregações Batistas, necessárias para investirem mais longe. “Você estão perguntando sobre problemas triviais, quando 25% do território azerbaidjaniano está ocupado por bandidos armênios, e o país está inundado com refugiados”, ela declarou, recusando dizer porque aquilo era relevante, e porque ela não registraria as assinaturas dos Batistas. Ela, então, desligou o telefone. Há uma gravação de um comportamento furioso de Najiba Mamedova em relação a questionadores, no qual ela gritou: “Nós não precisamos de Batistas aqui”.
Tradução: Aline Borges
Fonte: Forum18 News Service / Missão Portas Abertas