Vale de bênção, lugar de louvor

“Ao quarto dia se ajuntaram no Vale de Bênção, onde LOUVARAM o SENHOR : por isso chamaram aquele lugar “Vale de Bênção”, até o dia de hoje.” II Crônicas 20:26

Como já temos visto, o louvor verdadeiro nunca vem sozinho, quer dizer, ele sempre vem acompanhado de uma atitude de adoração constante, uma busca incessante da presença do SENHOR e de Sua Palavra, aí sim o louvor é coisa bonita de se ver e de se ouvir. Foi o que aconteceu com Josafá e o povo de Judá. Vamos conferir!

Josafá era um bom sujeito, um bom rei e andou nos caminhos do Senhor. “Tornou-se-lhe ousado o coração em seguir os caminhos do SENHOR, e ainda tirou os altos e os postes-ídolos de Judá.” (II Crônicas 17:6). Além disso, enviou os levitas por todas as cidades de Judá para que ensinassem ao povo a Lei de Deus. Por isso o SENHOR era com ele que veio a prosperar e desfrutava de grande admiração da parte do povo e até de outros povos. Ele foi muito abençoado e realizou grandes e importantes obras, e se isso não bastasse, Deus lhe deu paz por todos os lados, de maneira que não fizeram guerra contra ele. Você pode ver Josafá como um verdadeiro adorador? Pois é, eu também. Mas vamos em frente!

Como ninguém é perfeito, Josafá fez alianças desastrosas com Acabe, o rei apóstata de Israel. Primeiro ele permitiu que seu filho Jorão se casasse com Atalia, filha de Acabe, e, depois, firmou aliança militar com ele, indo juntos à guerra. Deus livrou Josafá da morte, por ter ele um coração íntegro, mas, como conseqüência dessa aliança, aquela paz que reinava no seu reino acabou e os inimigos de Israel passaram a se preocupar também com Judá. E algum tempo depois, Judá foi totalmente cercada por uma força de países e povos aliados que queriam destruí-los.

Judá estava totalmente cercada por uma multidão que não se podia contar. Vamos acompanhar agora em II Crônicas 20, quais foram, passo a passo, as providências de um verdadeiro adorador:

1º Passo: “Josafá teve medo” (v.3a): Não era pra menos, Josafá não era um homem de guerra e seu exército não estava preparado. Josafá era um homem de carne e osso, e diante dessa situação é normal que ele sentisse medo. Nota: É perfeitamente normal um servo de Deus sentir medo diante de um inimigo mais poderoso do que ele. É perfeitamente normal você derramar lágrimas e ficar assustado, quando a coisa fica apertada e parece que tudo está perdido. Não dê ouvidos aos “perfeitos” que dizem que nunca ficam apavorados e amedrontados. Sim, você pode e deve sentir medo, só não pode deixar de dar o segundo passo de um verdadeiro adorador!

2º Passo: “Josafá se pôs a buscar ao SENHOR” (v.3b): Que coisa mais linda! O filhinho assustado correndo para os braços fortes do Pai Celestial. O grande e poderoso rei de Judá buscou socorro do seu Deus, O SENHOR DOS EXÉRCITOS! Ele estava com medo, mas não se entregou, ele estava apavorado, mas não entrou em depressão; ele ficou encurralado por todos os lados, então olhou pra cima e viu a mão de um Deus amoroso e cheio de misericórdia estendida em sua direção. E com você, como andam as coisas? Você está cercado? Endividado? Perseguido? Encurralado? Deprimido? Então busque ao SENHOR, e digo mais: Busque ao SENHOR!!!

3º Passo: “Apregoou jejum em todo o Judá. Judá se congregou para pedir socorro ao SENHOR; também de todas as cidades de Judá veio gente pra buscar ao SENHOR.” (vs. 3c – 4): Josafá não estava sozinho. O problema não era só dele. Toda a nação sofreria as consequências de um ataque de inimigos tão poderosos e numerosos. Por isso ele não podia assumir sozinho toda a responsabilidade de buscar ao SENHOR, e não podia, também, privar o povo de ter essa experiência magnífica ao lado do SENHOR DOS EXÉRCITOS. Era comum entre os judeus, apregoar um jejum a todo povo em busca do socorro do SENHOR, como sinal de humilhação, arrependimento e dependência. E eu me pergunto se não falta esse tipo de iniciativa nos dias de hoje, quando vemos igrejas cercadas e enxarcadas de problemas tão grandes que não conseguem resolvê-los.

4º Passo: “Pôs-se Josafá em pé, na congregação de Judá e de Jerusalém, na Casa do SENHOR, diante do pátio novo, e disse (OROU)…”(vs.5-12): Essa oração foi poderosa, foi tremenda. Vale a pena darmos uma boa olhada nela, para que sirva de inspiração para nós, quando estivermos em situações difíceis na vida:

Exaltação (vs.6):

  • Deus dos seus pais – Deus já estava com nossos pais. Mexeram com a família.

  • Deus nos céus – Deus é o Deus Altíssimo e está acima de tudo e de todos.

  • Deus domina sobre todos – Deus tem o domínio, inclusive sobre nós.

  • Deus é o Todo Poderoso – Filhos queridos, ninguém pode com o nosso PAI.

Lembranças dos(as) (vs.7-9 comp. Rm.8:28,31-39):

  • Feitos do SENHOR – É bom lembrar o que Deus já fez com nossos pais e conosco. Não é pra viver no passado, mas buscar nele encorajamento para o presente.

  • Alianças do SENHOR – Nunca é demais lembrar da aliança que Deus fez conosco.

  • Promessas do SENHOR – promessas de vitória e de bênçãos, apesar das lutas.

Apresentação dos problemas (vs.10-12a):

  • Apresentou os inimigos – Coloquemos diante do SENHOR o nosso problema.

  • Pediu justiça – A justiça do SENHOR tem que prevalecer, clamemos por ela.

Declaração de fé (vs.12):

  • Humildade – É preciso reconhecer que em nós não há força nem sabedoria.

  • Olhando pra cima – Deus quer ver nossos olhos fixos nEle, e somente nEle.

5º Passo: “Todo o Judá estava em pé diante do SENHOR… Então veio o Espírito do SENHOR…” (vs.13-17): Eles souberam esperar a resposta do SENHOR: Depois da oração eles esperaram pela resposta de Deus, pois orar é isso, é conversar com Deus, e certamente, se falamos com Ele, receberemos uma resposta. Temos que esperar na certeza de que a resposta virá. E com a resposta, a solução, o livramento, a bênção. Pode ser que a resposta não seja a esperada, pode ser que Ele peça algo que não queremos fazer, mas é necessário ouvir e praticar o que Ele quer nos ensinar! No caso de Josafá e de Judá, a resposta não poderia ter sido melhor, pois Ele declarou:

  • “Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus.” (vs.15): Pode parar de tremer Josafá, você não “passou a bola” pra Mim? Ele poderia ter dito: “Não fiquem ansiosos!” É fácil orar, mas não é fácil descansar em Deus. Precisamos aprender isso!

  • “Amanhã descereis contra eles… Neste encontro não tereis de pelejar.” (vs.16-17): Puxa vida, encontrar-se com o inimigo sem lutar? Quer dizer: sem armas, sem planos, simplesmente ir até lá? Por mais que pareça sem sentido, precisamos obedecer, esse é o caminho da bênção. Nem sempre teremos que lutar contra os inimigos, ou tomar nossas providências. Nesse caso, a parte deles era ir até o local do encontro, ficar parados e…

  • “Vede o salvamento que o SENHOR vos dará… porque o SENHOR é convosco.” (vs.17): Vejam só que espetáculo, era preciso ir até lá, pois quem não fosse, não veria o que o SENHOR haveria de fazer. O SENHOR prometeu salvação, Ele estaria presente com eles naquele lugar. Por alguns instantes pensei naqueles que não foram, se é que houve algum, mas preferi mesmo pensar nos que foram, pois participaram de um dos maiores cultos de louvor que já se ouviu falar.

6º Passo: Então Josafá se prostrou com o rosto em terra; e todo o Judá e os moradores de Jerusalém também se prostraram perante o SENHOR, e O adoraram.” (vs.18): Todo o povo adorou e louvou ao SENHOR: Através dessa história consigo entender um pouco mais sobre a verdadeira adoração e sobre o verdadeiro louvor que o SENHOR espera do Seu povo.

O LOUVOR DA FÉ, ANTES DE RECEBER AS BÊNÇÃOS: Sim, precisa ser pela fé. Depois de Josafá entregar tudo nas mãos do SENHOR, e ouvir a Sua promessa de livramento, o que mais ele poderia fazer? Ele poderia continuar angustiado, amedrontado e alimentando pensamentos derrotistas? Sim, poderia! O que fazemos em situações como essas, quando estamos diante de problemas, diante de inimigos, e mesmo depois de entregarmos tudo a Deus em oração, e recebermos Suas promessas de livramento e de vitória através da Sua Palavra, continuamos assustados, continuamos deprimidos, ou adoramos e louvamos ao SENHOR? Precisamos aprender de uma vez por todas que o culto racional que de Deus espera de nós, tem a ver com uma fé verdadeira que nos conduz a uma atitude de louvor constante em toda e qualquer situação.

1. O grande líder dá o exemplo (vs.18): Josafá tomou a iniciativa, ele não esperou ver os seus inimigos mortos ou recuando. Diante da palavra do SENHOR, ele se prostrou e adorou. Sim, foi pela fé! Além disso, ele convocou o povo a adorar pela fé: “Crede no SENHOR vosso Deus, e estareis seguros”. Como é bom quando os homens de Deus que lideram o Seu povo dão esse tipo de exemplo, é bonito demais quando vemos os líderes conduzindo o rebanho de Deus a se apropriar das bênçãos prometidas, começando a adorar e a louvar de todo o coração, mesmo quando ainda não as receberam!

2. O povo segue o exemplo (vs.18b-21): Como já temos visto, a verdadeira adoração nos conduz à mais linda expressão de louvor. A começar pelo rei, depois pelos levitas, todos começaram a louvar! Cantavam “em voz alta sobremaneira”. Sim, eles estavam entusiasmados, estavam eufóricos com a Palavra de Deus e com o exemplo de seus líderes. Eles não podiam esconder os seus sentimentos. Seus corações estavam transbordando de tanta alegria, por isso suas bocas, falando e cantando, punham tudo para fora, expressando louvor. Será que alguém na face da terra poderia impedi-los de expressar o louvar da fé? Fico preocupado quando vejo líderes entre nós impedindo a expressão do louvor para evitar que abusos penetrem em nossos meios. Também acho que devemos nos preocupar com os abusos e impedi-los que penetrem em nossas igrejas, sem, contudo, impedir que o povo louve de coraçãoaquEle que é digno de ser louvado!

ENQUANTO LOUVAVAM, O SENHOR GUERREAVA POR ELES: “Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs o SENHOR emboscadas…” Por que nos esquecemos dessa lição? Por que não aprendemos a louvar a Deus em toda e qualquer situação? Será que ainda não entendemos que é o SENHOR que luta por nós? Enquanto o povo de Deus louvava, Deus guerreava! Quando estivermos enfrentando lutas e difuculdades, seja individual ou coletivamente, além de orar e de estudar a Palavra de Deus, precisamos louvar o nosso Deus. Ele espera isso de nós!

AO RECEBEREM A BÊNÇÃO PROMETIDA, LOUVARAM: “Ao quarto dia se ajuntaram no Vale de Bênção, onde LOUVARAM o SENHOR : por isso chamaram aquele lugar “Vale de Bênção”, até o dia de hoje.” II Crônicas 20:26: Eles louvaram antes, durante e depois da batalha. É isso que vale a pena a gente notar! Josafá e seu povo nos deixa um exemplo precioso do verdadeiro louvor que Deus espera de nós, pois, assim como eles, também temos muitos motivos para louvar ao SENHOR.

Vale de bênção, lugar de louvor foi um estudo precioso para mim, porque pude ver a importância do louvor em minha comunhão com o meu SENHOR. Precisamos confessar que nem sempre louvamos ao SENHOR quando estamos em má situação, mas sabemos que precisamos mudar essa atitude se quisermos oferecer a Deus uma verdadeira adoração. Se, individualmente, colocarmos essa lição em prática, o louvor em nossa congregação será muito especial, e como será, pois, certamente, o lugar onde estivermos reunidos será o nosso vale de bênção, lugar de louvor! Aleluia!