Os ladrões da liberdade – A falsa doutrina

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Amigos, a vida não está fácil mesmo. O sujeito luta para conseguir alguma coisa e de uma hora para outra os gatunos invadem sua casa e levam tudo o que tem. Você estaciona na porta da farmácia e entra para comprar uma aspirina, quando volta a dor de cabeça aumenta com o carro que foi roubado. Tem gente que até sonha com os bandidos.

Infelizmente não há ladrões somente de bens e coisas. Há também aqueles que querem nos roubar direitos e privilégios, reduzindo nossa vida cristã à miserabilidade de escravos. Cito quatro bandidos perigosos, à solta pelas igrejas. Alguns ganharam liberdade condicional e estão apavorando os cristãos. Precisam ser devidamente denunciados e presos, para que não causem mais estragos. Na verdade, fazem parte de uma quadrilha cruel, sem escrúpulos, que não respeita ninguém. Abra os olhos e fique esperto. Eles podem estar mais perto de você do que se pode imaginar. Eles atacam sem dó e deixam para trás de si destruição, miséria, arrombamentos e prejuízos incalculáveis. Soube de igrejas que eles invadiram e levaram tanta coisa e tanta gente, que elas quase fecharam. Algumas precisaram começar de novo. Outras não acharam o rumo até hoje.

Cito os quatro chefes do bando. Se pelo menos eles forem eliminados, o resto a gente controla. São a falsa doutrina, o legalismo,o liberalismo e o formalismo. O modus operandi desses meliantes é sempre atentar contra a graça de Deus, de uma maneira ou de outra.

Na verdade, estas coisas não são novas. Desde o tempo em que Paulo escreveu aos Gálatas, já se tinha que lidar com estes problemas. Paulo denuncia aqueles que tentavam “espreitar a liberdade dos irmãos”, e ele começa sua denúncia avisando que “se alguém, mesmo que um anjo do céu, vos pregue um evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema”, quer dizer, maldito (Gl 2:8). Quem ensina alguma coisa que vá além do que está escrito, é bandido. Não merece crédito.

Antes de mais nada, convém esclarecer o que entendo por “falsa doutrina”. Falsa doutrina é todo ensino que não encontra respaldo nas Escrituras. Em geral, ela provém da interpretação equivocada, deliberada ou não, do que a Bíblia diz, mas também pode ser fruto de “revelações especiais”, extrabíblicas. São, portanto, resultantes ou de ignorância ou de má intenção. Algumas são geradas pelo diabo e seus demônios, outras são geradas na mente fértil de pessoas mal intencionadas, até mesmo de cristãos.

Não se trata de interpretações diferentes sobre assuntos não essenciais. Há questões nas Escrituras que geram dificuldades de interpretação, depois de 2 mil anos de historia de Cristianismo. Porém, existe uma grande distância entre uma interpretação diferente e uma interpretação errada. Você pode discordar de certas coisas, mas quando se trata dos fundamentos, como era o caso entre os gálatas a quem Paulo escreveu, a coisa é diferentes. Havia judeus se infiltrando entre as igrejas afirmando que Jesus, somente, não podia salvar. Era preciso que eles voltassem a cumprir a lei, guardar os dias especiais, sacrificar animais, voltar aos rudimentos da Velha Aliança. Paulo rechaçou violentamente este pensamento, porque Cristo já tinha feito o sacrifício perfeito, removido na cruz toda a maldição da lei, suas ordenanças e cerimoniais. Ele é suficiente para salvar o que crê, e qualquer coisa diferente disso é uma falsa doutrina.

A falsa doutrina não conhece a graça de Deus. Eles estão buscando uma espiritualidade como os pagãos, que pretendem pautá-la à parte de Deus. Eles querem alcançá-la por seus próprios méritos, por seus próprios esforços. Os idólatras criam seus próprios deuses para poder manipulá-los. Com um deus falso, a gente pode ditar as regras, não seguir as regras. É exatamente isto que a falsa doutrina propõe. Um Evangelho sem Cristo, uma coisa falsificada, fajuta, de segunda (que me perdoem os corintianos). Não serve. Tudo o que for ensinado em nome de Deus precisa ter Seu selo de autenticação: a Palavra escrita.

Talvez o maior risco de cair no conto deste ladrão é que muitas vezes ele não está correndo pelas beiradas, arrombando a porta na calada da noite, mas está de terno e gravata, com uma Bíblia enorme e preta na mão, pregando no púlpito da igreja quando esta se reúne e sendo (muito bem) paga por ela! O que tem de gente com uma suposta “iluminação especial” por aí, não está escrito. É tanta luz que faz lembrar o anjo de que se traveste o próprio Satanás. Você não deve ficar impressionado com a capacidade de comunicação, com o carisma, com a empolgação, com o conhecimento intelectual, com os títulos e diplomas daqueles que pregam por aí. O que você deve olhar é uma coisa só e muito simples: se o que ele ou ela diz pode ser provado pelo que a Bíblia diz. Em outras palavras, se o seu ensino bíblico.

Se não for, é falso. Não importa se ele é presbítero, missionário, pastor, bispo, apóstolo, pai-póstolo, secretário da Santíssima Trindade ou semideus. Importa é a base da sua pregação.

Cada época traz suas particulares esquisitices que vão além do que a Bíblia ensina. Que sejam todas malditas, em nome de Jesus. E que prevaleça apenas a Verdade do Evangelho, a qual não é privilégio de meia dúzia de privilegiados, mas de todo aquele que creu em Cristo e que, por isso mesmo, tem a Unção do Espírito Santo a guiá-lo em todo tempo.

O problema é que para muitos cristãos, o ensino bíblico é como o caviar do Zeca Pagodinho: “nunca vi, nem ouvi, eu só ouço falar”. Bíblia para muita gente é aquele livro estranho, cheio de coisas difíceis, que até algum tempo atrás o pessoal costumava levar para a igreja no domingo. Hoje nem isso, porque é muito pesada e alguns têm vergonha de carregar. Você só vai conseguir identificar o falso se conhecer o verdadeiro. Arregace as mangas, estude sua Bíblia, conheça o que Deus diz.

E não se deixe enganar mais pela máfia da falsa doutrina.

Cadeia neles!