O conferencista e ativista Rick Warren celebrará a cerimônia religiosa da posse de Barack Obama; escolha levanta críticas.
Sob críticas de grupos liberais e defensores dos direitos dos gays, o presidente Barack Obama anunciou nesta quarta-feira que o pastor evangélico Rick Warren irá celebrar o rito religioso em sua posse, no próximo dia 20 de janeiro. Warren, dirigente da Igreja Comunitária de Saddlebak, na Califórnia, é um dos mais influente líderes religiosos dos Estados Unidos, e tem se destacado por sua atuação em ações ligadas ao combate da pobreza mundial, defesa dos direitos humanos e luta contra a Aids. No entanto, ele se opõe ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao aborto, o que o coloca em posição oposta à maioria do Partido Democrático, em especial da sua ala mais liberal – justamente, o segmento que consolidou a vitória eleitoral de Obama. Cerca de dois meses antes das eleições presidenciais americanas, realizadas no dia 4 de novembro, Warren reuniu os dois candidatos – Obama e o republicano John McCain – para um debate. O evento, transmitido em rede nacional, marcou a campanha.
A nomeação gerou comentários de grupos como o People For the American Way, organização que se dedica à busca de valores como igualdade, liberdade de expressão, de religião, direito à justiça e outras causas. A presidente da entidade, Katryn Kolbert, se declarou “profundamente desapontada” com a escolha de Warren para a cerimônia de posse, que ela acredita que deveria ser realizada por alguém com “consistentes valores americanos dominantes”. Durante muitas décadas, o celebrante oficial das cerimônias de posse dos presidentes americanos foi o pastor Billy Graham, hoje com 90 anos, e um líder considerado conservador. Uma das porta-vozes de Obama, Linda Douglass, defendeu a escolha do escritor e conferencista Warren para o ato. “Esta será a cerimônia de posse mais inclusiva, aberta e acessível da história dos EUA”, acredita.