Professores iniciam campanha para que instituição muçulmana não receba estudantes de outros credos; docente sugere que medida é de reciprocidade.
Professores da Universidade de al-Azhar no Egito, a mais prestigiosa instituição islâmica sunita, iniciaram uma campanha contra a matrícula de estudantes cristãos. A justificativa é de preservar a “identidade islâmica” da mais antiga universidade teológica do mundo. De acordo com o canal de TV al-Arabiya, Hussein Eweida, representante dos professores de al-Azhar, disse que eles irão propor uma reunião com docentes locais e estrangeiros para apresentar as resoluções para o presidente Hosni Mubarak.
O corpo docente da instituição alega que a Lei 103 estabelece que apenas muçulmanos que fizeram o ensino médio nas escolas da al-Azhar ou os que já tem grau universitário podem entrar na universidade sunita. Mas alunos de outras instituições, com alto nível de aprendizagem, também podem ingressar, depois de fazer testes – desde que sejam muçulmanos. Ao que parece, a medida seria uma espécie de reciprocidade. “Vamos perguntar aos nossos irmãos cristãos se eles vão admitir estudantes muçulmanos em seus seminários. A resposta será negativa, sendo que há regras que não permitem o ingresso de muçulmanos”, antecipa-se Eweida.
Um advogado cristão copta, Mamdouh Nakhla, entrou com uma ação contra a al-Azhar por não aceitar estudantes de outras correntes religiosas, e a chamou de “universidade inconstitucional” devido à discriminação entre estudantes cristãos e muçulmanos.