As atitudes do público em relação aos evangélicos na Alemanha têm mudado. Antes ignorados, agora eles são o alvo das atenções.
Na terra natal do reformador Martinho Lutero, a mídia tende a se dirigir aos evangélicos com hostilidade. Segundo Stephan Holthaus, reitor da Academia Teológica Livre, os 1,3 milhões de evangélicos do país são tratados como fundamentalistas perigosos.
Falando em uma reunião da Aliança Evangélica Alemã no município de Blankenburg, em 27 de setembro, Holthaus criticou a mídia por apresentar uma imagem indiferenciada dos evangélicos. Eles são sempre descritos como “radicais” ou “militantes” em nome de sua fé.
Questões mínimas, como o ensino doméstico (em alguns países, os pais podem providenciar que a educação de seus filhos seja em casa), foram exageradas. A mídia parece afirmar que os evangélicos, no geral, recusam-se a enviar seus filhos às escolas públicas.
Para a maioria dos evangélicos, entretanto, essa não é a questão, afirma Holthaus.
Muitos jornalistas também tentam explorar o medo criado pelo extremismo religioso. Assim, colocam terroristas islâmicos e evangélicos em um mesmo patamar.
“Os evangélicos não se encaixam no sistema de uma sociedade totalmente tolerante. Nós evangelizamos e afirmamos a existência de uma verdade absoluta”, afirma Holthaus. Esse ponto de vista choca-se com o relativismo pós-moderno que governa Estados ocidentais.
Holthaus admitiu que os evangélicos tenham falhado algumas vezes em debates públicos, por não terem argumentos bons o bastante.
Aproximadamente 400 congregações evangélicas não são afiliadas a nenhuma igreja já estabelecida na Alemanha, segundo dados do governo. O número de igrejas formadas por imigrantes também está crescendo.