Ester: chamada para orar (2)

O rei na história do livro de Ester é um homem chamado Xerxes. Até onde eu sei, ele é o único homem na Bíblia cujo nome começa com X. Ele tem outro nome, que é Assuero, que é notavelmente quase o que acontece quando você está com um resfriado. Você não tem que se preocupar com esse nome. Xerxes é aquele que usaremos hoje. O rei Xerxes governou a Pérsia antiga como um rei soberano absoluto. Tudo que ele tinha que fazer era levantar sua sobrancelha e o destino seria alterado em qualquer uma das 127 províncias que estavam sob seu controle. Elas iam desde a Etiópia, passavam pelo que hoje é chamada Turquia e chegavam até a Índia. E ele governou com uma lei de um rei Persa.

Nesse sentido, ele é uma figura do nosso Rei – o Rei dos Reis, o Deus Todo-Poderoso. E na história de Ester, ele nos lembra daquele com soberania absoluta. Embora você possa pensar que é você quem determina seu futuro, Deus já determinou seu futuro, e o seu papel é responder ou não àquilo que Ele o chamou para ser. Ele é Aquele que cavou o canal do rio da história e a sua escolha é se você quer ou não ser obediente.

O rei Xerxes tem um homem que é seu braço-direito. Ele é chamado Hamã, o qual, de novo, tem uma conotação curiosa. Soa muito como carrasco. E se você sabe o final da história, você sabe por que isso é curioso. Hamã é o braço-direito do rei Xerxes, e você lê cada palavra sobre Hamã e não acha uma minúscula partícula boa no corpo do rapaz. Ele era mau de cima a baixo, dentro e fora. E ele tinha apenas um desejo, e era que todos na Pérsia – realmente ao redor do mundo – se curvassem diante dele. Seu objetivo na vida era ter a sua adoração e a minha adoração. Ele quer que todos se curvem diante dele.

E, em alguma hora, ele ficou um pouco irritado com esta minoria atípica que vive nas grandes terras da Pérsia, chamada de povo judeu. E decidiu que o mundo seria melhor sem os judeus. Então ele convenceu o rei Xerxes de que esse povo deveria ser aniquilado. Ele pede um holocausto mundial. E certo dia, o rei Xerxes diz: “Tudo bem, faremos isso nesse dia.” Hamã até financia o projeto. Então tudo está pronto para que o povo judeu seja aniquilado.

Agora Hamã, nessa história, representa Satanás. Porque assim como Hamã não tem bons desejos em seu sistema, também Satanás não tem nada de bom. Você precisa entender, e freqüentemente é bom lembrarmo-nos, que Satanás o odeia. Ele o odeia porque você é feito à imagem de Deus. E ele odeia qualquer um que o recorde de Deus. Conseqüentemente, ele tem um objetivo, que é destruir o povo prometido – destruir os filhos de Deus. Ele tem o propósito definido de interromper o plano de Deus. O que quer que isso signifique, ele irá fazer. Neste caso, significava exterminar a linhagem judaica. E exterminar a linhagem judaica significava que não haveria Jesus. E o objetivo principal de Satanás é manter-nos fora da presença de Jesus. Porque quando nos curvamos diante de Cristo, não nos curvamos diante de Satanás. E, se ele pode destruir os judeus, então isso irá interromper o plano. E desde que ele mentiu para Eva no jardim, isso é o que ele tem feito. Ele quer interromper o plano. Ele quer manter a presença de Deus fora de sua vida. E se isso significa um holocausto na Pérsia, se isso significa um infanticídio em Belém, se isso significa uma crucificação no Calvário, ou se isso significa uma tentação em uma sexta-feira à noite, ele fará – o que quer que precise. Você vive em sua mira, sempre sendo analisado, procurado, e ele está perseguindo-o. Isso é muito importante.

Paulo diria que nossa luta não é contra carne e sangue. Mas nossa luta é contra as forças espirituais desta escuridão presente. Então aí é onde nossa luta está sendo travada. E ele é exatamente quem Hamã representa. Satanás está a ponto de fazer o que não é bom. A Bíblia diz que ele veio para enganar, matar e destruir. A Bíblia também diz que ele está cheio de raiva porque sabe que não tem muito tempo. Então ele está ocupado no trabalho de traçar e ser astuto, querendo roubar e tomar o que não é seu. Isso é a razão, a propósito, de ele estar muito triste por você estar lendo isso. Ele realmente está. Você meio que deu um chute na canela dele por estar aqui. Porque estamos em um ponto da oração do Senhor em que ele realmente gostaria que não tivéssemos chegado. Isso é, incomoda-o que falamos sobre nosso Pai, que está no céu, santificado seja Vosso nome. Mas quando começamos a orar, “Venha o vosso reino,” ele percebe que estamos, nesse ponto, fazendo e cumprindo o dever cristão mais elevado que existe. Veja, orar, “Venha o vosso reino,” é dizer isto: “Deus, deixe que Sua presença seja sentida em minha vida. Quero Seu reino à minha volta. E eu percebo que em um reino há um rei e um trono. E eu voluntariamente estou descendo desse trono. E Satanás não ocupa esse trono. O Senhor ocupa esse trono. Agora que o Senhor seja Rei. O Senhor seja Soberano. Tome o controle completo. Guie-me. Conduza-me.”

Quando você ora, “Venha o vosso reino,” você está dizendo, “Deus, venha. Venha para esta parte da minha vida que está quebrada. Venha para esta parte da minha casa que está má. Venha para essa relação onde há incesto. Vá lá onde há adultério. Lide com esse problema de pornografia. Onde há vício em droga, seja Senhor. Onde quer que haja desafio. Onde quer que haja algo mau, preciso que o Senhor venha.” E nós nos rendemos e dizemos, “Não posso mais fazer isso. Tenho uma relação que não consigo entender. Tenho filhos que não consigo compreender. Tenho pais que não me escutam. Por favor. Por favor, Deus. Venha, reino!”

A frase está no imperativo no grego, o que significa que merece um ponto de exclamação no final. E você pode literalmente orar assim: “Venha, reino! Venha!” Você está causando uma tormenta nos portões do céu. E você está dizendo, “Deus, preciso que o Senhor venha, e preciso que o Senhor venha agora!” E você diz, “Bem, Max, quem sou eu para orar assim? Quem sou eu para fazer um pedido tão audaz a Deus? Deixe-me contar quem você é. Você é Seu filho. Você é Sua criança. Você é Sua criatura. E Ele só espera que você venha e diga, “Venha!” Peça e você receberá. Procure e você achará. Bata e a porta será aberta para você. Ele não disse, “Peça e talvez Eu o ajude em um dia bom.” Ele disse, “Peça e você receberá. Procure e você achará.” O passo mais seguro e confiável que você pode dar, é o passo da oração. Por isso, quando você entrar na presença de Deus, não venha choramingando, não venha desalmado, não venha sonolento, não ofereça essas orações de insônia. Venha a Ele e venha confiadamente à presença de Deus. Isso é o que o escritor de Hebreus disse. “Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono de Deus”.

Continua »

Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques
Texto original extraído com permissão do site www.maxlucado.com