“Jim Carrey fazendo um filme de suspense!?” É isso que todo mundo exclama quando ouve falar sobre Número 23, o novo filme estrelado por esse astro da comédia. Mas o que pouca gente se lembra é que Carrey já se deu muito bem em outro gênero diferente como os dramas “Cine Majestic” e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Chegou, então, a hora de conferi-lo num suspense, e o rapaz mais uma vez dá conta do recado.
A trama fala de Walter (Jim Carrey), funcionário público de uma espécie de vigilância sanitária encarregada de prender cachorros soltos pelas ruas (a famosa “carrocinha”). Ele tem uma vida razoavelmente feliz ao lado da esposa Agatha (Virginia Madsen) e do filho Robin (Logan Lerman).
Tudo vai bem até o dia em que Walter ganha da esposa um estranho livro chamado “The Number 23” (O Número 23). Quanto mais ele se aprofunda na leitura, mais obcecado se torna. O rapaz começa a acreditar que o livro conta uma espécie de história paralela sobre a sua própria vida. E mais: que todos os fatos que regem a sua existência estão direta ou indiretamente ligados ao número 23. Aos poucos, a obsessão de Walter se torna insuportável e passa a colocar em risco não apenas a estrutura de sua família, como também a sua própria sanidade mental.
A questão dos números
O filme não explica a origem de todo esse mistério em cima do número 23. É apenas um número, o qual podia ser 9, 17 ou 33. Com contas matemáticas, você consegue resumir tudo na vida ao número que você quiser. Por exemplo, se eu quiser que o sentido da vida seja 42, como sugere O Guia do Mochileiro das Galáxias, é só dar uma forçadinha que eu consigo. Vejamos: Se eu pegar os valores (no alfabeto) das letras que formam a palavra vida, temos V=22, I=9, D=4 e A=1, que somados totalizam 36. Tiramos a raiz quadrada de 36 e temos 6 que, somado ao 36, totaliza… 42! Bingo!
Eu sei, eu sei que forcei a barra, mas é mais ou menos por aí que as coisas acontecem no filme (e na vida), o que não tira nem um pouco o crédito da fita, já que o protagonista fica obcecado pelo número, fazendo tudo em sua vida se resumir em 23.
O filme é bem interessante, tenso e com uma conclusão surpreendente. Jim Carrey se sai muito bem em suspense, mas genial – genial mesmo – é o versículo que aparece no final do filme, antes dos créditos, mas que eu não vou contar aqui porque tem muito a ver com seu desfecho. Vale o ingresso.
Dica: Repare em todos os números que aparecem desde o início do filme, desde número de casas, até placas de carro. Fazendo contas simples de adição você chega facilmente ao número 23. É até uma diversão ficar procurando essas coisas escondidas o filme todo =D