Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como um mocho nas solidões. Vigio, sou como o pardal solitário no telhado (Salmo 102:6-7).
Essa linguagem é a do Senhor Jesus nos dias de sua breve jornada no mundo. Ele se tornou como pelicano no deserto. O pelicano é, obviamente, um pássaro cujo habitat é próximo às aguas e, portanto, o deserto significa um habitat antinatural. Assim o Senhor Jesus, acostumado à preciosa e intensa comunhão com Seu Pai, estava em uma terra seca e estéril, algo que ele sentia profundamente. Nem mesmo seus discípulos poderiam Lhe dar o amor e a alegria dos quais ele desfrutava no céu.
Como uma coruja nas solidões, ele sentia a solidão de Seu caminho aqui mais que qualquer outro. Um pardal solitário no telhado é outra figura da solidão do Senhor Jesus, mas em uma perspectiva diferente. Nenhuma comunhão é esperada para a coruja nos lugares solitários. Já a natureza do pardal é social. Eles gostam estar juntos, e a casa fala de lugar de comunhão de um grupo. Mas no telhado, onde o pardal esperava companhia, não havia ninguém.
Portanto, o Senhor Jesus desejava a comunhão de seus discípulos, mas quando ele mais precisou, eles caíram no sono (Lucas 22:40-46). Também em Lucas 9:18 nos é dito que “estando ele só, orando, estavam com ele os discípulos”. Ele estava sozinho? Sim! seus discípulos estavam com ele? Sim! Apenas exteriormente, pois os discípulos não conseguiam compartilhar de seus pensamentos, nem entender Sua oração. Que solidão!