Duas editoras cristãs são processadas por homossexual nos EUA

Um homem homossexual perturbado com versículos da Bíblia que condenam o homossexualismo como pecado decidiu perseguir duas editoras cristãs por suas versões da Bíblia, as quais ele alega que violam seus direitos constitucionais e lhe causam sofrimento emocional e instabilidade mental.

Bradley LaShawn Fowler de Canton, entrou com uma ação num tribunal regional de Michigan em 7 de julho contra a Editora Zondervan buscando uma indenização de US$ 60 milhões. Fowler também entrou com outra ação no começo de junho buscando uma indenização de US$10 milhões da Editora Thomas Nelson, com sede em Nashville, no Tennessee.

Fowler está representando a si mesmo em ambos os casos. O juiz Julian Abele Cook Jr. negou-se a aceitar o pedido de Fowler para que um advogado nomeado pelo tribunal o representasse no caso da Thomas Nelson, dizendo: “O tribunal tem algumas preocupações legítimas acerca da natureza e eficácia dessas queixas.”

Bradley Fowler, de 39 anos, culpa as referências ao homossexualismo como pecado na Bíblia da Zondervan por seu relacionamento precário com sua família, seus próprios períodos de “desmoralização, caos e confusão”, e até mesmo a morte do homossexual Matthew Shepard.

Homofobia

Shepard foi brutalmente assassinado em 1998 num crime que foi amplamente noticiado como sendo motivado pela homossexualidade, embora uma notícia da rede ABC em 2004 tenha mostrado evidência contrária a essa alegação.

Bradley Fowler disse que ele foi criado com uma educação religiosa que ensinou a ele que a homossexualidade é um estilo de vida de pecado.

Vitimização

“É por isso que fiquei completamente perturbado depois de descobrir que o termo homossexual foi adicionado à Bíblia em 1982, e então removido em 1994 sem consideração alguma às muitas vítimas que cometeram suicídio ou foram assassinadas por causa de sua preferência sexual de homossexualidade”, escreveu ele em seu blog “Bradley-Almighty” [Bradley-Todopoderoso].

Ele continua: “Lamentavelmente, porém, a editora que iniciou a guerra mental contra os homossexuais jamais tentou pedir perdão a Matthew Shepard ou a ninguém mais que perdeu a vida, por causa de suas tendências maliciosas e rigorosas.”

“Conspiração” e mudança de termos

Segundo ele, as editoras de Bíblias são parte de uma vasta conspiração que planeja documentos sagrados para fazer com que “eu e outros que são homossexuais soframos abusos verbais, discriminação, episódios de ódio e violência física, inclusive assassinatos”.

Bradley Fowler diz que ele está muitíssimo descontente porque a Editora Zondervan usa a palavra “homossexual” em vez de utilizar outras palavras que indicam a mesma coisa. Em seus blog, Fowler explica que na edição de 1964 da Bíblia, a palavra usada em 1 Coríntios 6, versículo 9, era “efeminados”, onde a passagem dizia:

Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas… (1Co 6:9-10)

Na edição de 1982 a palavra “efeminados” foi traduzida como “homossexuais”, enquanto na versão de 1987 foi traduzida “aqueles que participam de conduta homossexual”.

Mas a edição de 1994, diz Fowler, de novo denuncia “efeminados” e “sodomitas”.

Fowler então pergunta a seus leitores: “Qual dessas versões é verdadeira? Qual não é?” Ele então continua a dizer que a editora deveria ter publicado um aviso acerca da mudança de termos. Ele alega que a mudança está provocando violência contra os homossexuais.

Tentativa de se promover

O processo também pode servir como campanha publicitária para a sabedoria Bíblica que o próprio Fowler afirma ter. Ele está estreando o livro “365 Razões para Estudar a Bíblia”.

Um anúncio diz que o livro é “compilado com extensas pesquisas coletadas para um processo civil contra uma das maiores e mais respeitas editoras de Bíblias dos EUA”, e outro anúncio diz que o livro leva o leitor “numa viagem pelo tempo… lentamente expondo segredos escondidos que as editoras de Bíblias lutam febrilmente para manter ocultos do público geral há séculos. Uma avalanche de segredos que estão mantendo escravizados milhões de pessoas no mundo hoje”.

Um porta-voz da Editora Zondervan disse ao canal de TV “WOOD” em Grand Rapids que a editora não traduz Bíblias nem possui o direito autoral, mas confia na opinião acadêmica de confiáveis comitês de tradução.