Como é difícil encontrar filmes bons em exibição, mesmo numa cidade tão grande como São Paulo. E nessa época de fim de ano é ainda pior pois as salas estão infestadas de insuportáveis filmes de férias. É claro que os cinemas vão dar prioridade para eles pois são os que lotam as sessões, mas nós que apreciamos filmes de qualidade sofremos com essa predileção. Ultimamente estou precisando fazer acrobacias para ir até as salas que estão exibindo filmes não muito pops e, por isso, pouco procurados. Eu já tinha perdido O Grande Truque por não ter sido exibido em nenhum cinema minimamente próximo de casa, e ontem tive que enfrentar o ferrenho trânsito da capital para não perder outro filme de mágico: O Ilusionista.
Felizmente todo o esforço valeu muito a pena. Quem assistiu aos dois garante que sua única semelhança com seu primo rico “O Grande Truque” é o fato de ambos tratarem da história de mágicos do século passado (ou retrasado), mas as abordagens são completamente diferentes. Disse “primo rico” pois “O Grande Truque” é uma senhora produção de Hollywood enquanto “O Iusionista” não passa de uma produção independente, o que não significa que seja inferior.
Apesar de independente, o filme conta com dois medalhões já consagrados no cinema: Edward Norton e Paul Giamatti e, se eu já era fã dos dois, a brilhante atuação de ambos nesta obra quase me fez entrar em seus fã-clubes.
O ilusionista do título é Eisenheim (Edward Norton). Pobre, cresceu fascinado com pequenos truques de mágica. Cresceu estudando na Europa Oriental, onde aprendeu grandes feitos de ilusionismo. Na virada do século 19, volta a Viena, sua terra natal, onde reencontra seu amor de infância, Sophie (Jessica Biel). No entanto, ela está noiva do poderoso príncipe Leopold (Rufus Sewell). Entre uma e outra apresentação de magia que sempre lota os teatros vienenses, Eisenheim tenta reconquistar a mocinha do filme e driblar o poder de seu noivo.
Esta é a sinopse do filme e é só isso que você precisa saber. O roteiro, baseado em conto do escritor Steven Millhauser, envolve e seduz o espectador da mesma forma que fazem os truques de mágica do protagonista com sua platéia, sempre atônita, desenvolvendo mistérios e romance de uma forma elegante. O tempo todo fica em nossa mente a dúvida se ele é apenas um ilusionista ou um paranormal. O desenrolar é envolvente e o desfecho brilhante. Não perca a oportunidade de conferir.