O terrorista da Al-Qaeda, Ali Ahmed, foi condenado ontem à morte pelo Tribunal Criminal Central do Iraque por ter assassinado o arcebispo católico caldeu dom Paulos Faraj Rahou, em fevereiro.
Este foi o mais midiático ataque de extremistas islâmicos contra a pequena comunidade católica local de rito caldeu.
“O Tribunal Criminal condenou à morte Ahmed Ali Ahmed, conhecido como Abu Omar, pelo seu envolvimento na morte do arcebispo caldeu de Mosul”, afirmou em um comunicado do porta-voz do governo, Ali Al Dabbagh.
“O condenado é um dos líderes do braço iraquiano da Al-Qaeda, procurado pela justiça pela sua responsabilidade em vários crimes contra o povo iraquiano”, afirmou Ali Dabbagh.
Depois de quase 15 dias de seqüestro, na segunda semana de março foi encontrado sem vida o corpo do arcebispo Paulos Faraj Rahou, enterrado num terreno baldio utilizado como lixeira.
A morte do arcebispo caldeu de Mosul foi o primeiro caso a atingir um membro do episcopado local. Em junho de 2007, um padre e três diáconos foram assassinados em Mosul, capital da província de Nínive. Na mesma cidade, em janeiro de 2005, fora seqüestrado o arcebispo da comunidade siro-católica, dom Basile Georges Casmoussa.
Perseguição
Os cristãos são alvo dos sunitas e dos shiitas, vítimas de atentados, de seqüestros, de pressão para que abandonem os seus lares e da cobrança ilegal do tradicional imposto que os governantes muçulmanos arrecadavam dos não-muçulmanos.
A Igreja Católica no Iraque manifestou-se contra a condenação à morte de Ahmed Ali Ahmed. “Os princípios cristãos afirmam que não é consentido a ninguém condenar à morte e convidam ao perdão, à reconciliação e à justiça”, disse à agência italiana SIR dom Shlemon Warduni, bispo auxiliar de Bagdá.
Segundo ele, o arcebispo de Mosul morreu em nome dos princípios que a Igreja defende para o país: “Paz, segurança e reconciliação”.