Invertido

“Num ímpeto de indignação escondi de ti por um momento o meu rosto; mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu Redentor.” Isaías 54:8.

Quanto dura a sua ira? A resposta é muito variada, depende de quem o faça irar-se e qual o motivo. Existe ira por casos isolados e casos reincidentes. Não é a mesma ira da namorada plantada por uma hora porque seu namorado ficou obstruído por um imprevisto no trânsito que a ira da namorada que sempre fica plantada mais de uma hora em cada encontro.

Não é a mesma a ira de um irmão que usou sua camiseta favorita e a manchou de graxa que a ira de uma esposa pela infidelidade do seu marido. Cada caso é um caso. Mas há algo que sempre se repete. Nosso tempo para o perdão é muito grande. Não importa quão grave seja a ofensa, demoramos muito a dar o braço a torcer. Não queremos perdoar.

Em um ímpeto de loucura somos capazes de dizer coisas que ofendem muito porque sabemos onde mais dói ao outro. Alguns batem com as mãos, outros com as palavras. Mas geralmente a ira é justificativa para ferir. E como não perdoamos, continuamos irados e ferindo. A ira se traduz em rancor, em atitudes ácidas, em maus tratos, em reprovações cotidianas.

Mas Deus é diferente. Isaías conta ao povo de Israel que, mesmo que Deus estivesse irado com eles, ainda os amava. Deus tinha muitas razões para estar irado com o povo. O haviam deixado plantado muitíssimas vezes. Haviam quebrado suas promessas incontáveis vezes. E sempre chegavam tarde.

Os judeus viviam manchando suas vidas com inumeráveis pecados, e os repetiam constantemente. Haviam sido infiéis a Deus e isso não os preocupava. Haviam trocado Deus por deuses de madeira e o contavam como grandes experiências.

Apesar disso, Deus continuava amando-os com amor eterno, e teve compaixão deles. Voltou a perdoar. Esta é a grandeza de Deus. Hoje Ele faz o mesmo com você e comigo. Ao invés de irar-se, continua nos amando e perdoando. Sua ira dura muito pouco e seu amor para sempre. Perdoa tudo, até o que mais Lhe dói.

Invertemos o tempo de Deus. Nós nos iramos por anos e perdoamos pouco. Deus se ira um segundo e ama sempre.

REFLEXÃO: Ire-se como Deus.

Notas:

Traduzido por Paulinho Degaspari

por Daniel Perez Cliffe