Se tem uma coisa que me incomoda é erro de português. Tá, existem milhões de outras coisas que me incomodam mais do que isso, mas o que andam fazendo com a bela língua portuguesa é algo assustador.
Você já teve o desprazer de conversar com um amigo seu pela internet que não sabe que inventaram a pontuação? Vírgulas, interrogações e pontos-finais são acessórios completamente dispensáveis para estas pessoas.
A velocidade da internet tem gerado uma necessidade até aceitável de abreviar as palavras. Já faz tempo que pq, vc, ng, pss e tb não são mais simples siglas mas abrevições de palavras muito usadas no dia-a-dia. Mas isso infelizmente tem gerado um empobrecimento da nossa língua.
Por termos acesso a tantos textos de pessoas que não são escritoras profissionais até perdemos um pouco a noção do certo e do errado no que diz respeito à nossa língua. Antigamente só líamos coisas escritas em livros e jornais, e nesses meios de comunicação geralmente há um forte sistema de correção ortográfica. Hoje qualquer um pode colocar seus textos na internet e, com isso, z e s quase não têm mais função específica nas palavras, só para citar um exemplo.
Para tentar ajudar a resgatar um pouco da nossa amada língua, eu que não sou nenhum professor de gramática, mas um forte entusiasta desta marginalizada língua, vou dar algumas dicas relevantes para melhorarmos nossa produtividade quando se tratar de escrever um bom texto.
Para começar, que tal entendermos um pouco de como funcionam os “porquês”? O “pq” parece ter sido uma solução pra resolver este problema, pois ele é usado em todos os 4 casos possíveis. Mas saber o correto nunca é demais e uma hora ou outra acaba sendo bem útil.
Talvez você já tenha tentado aprender e nunca conseguido colocar na cabeça, mas os macetes abaixo poderão ajudá-lo a memorizar melhor. Vejamos:
Quando a palavra “razão” estiver implícita, o “por que” sempre é separado, mesmo que não seja uma pergunta, ao contrário do que você provavelmente deve ter aprendido um dia. Ex:
– Por que (razão) você vai assistir ao filme justamente hoje?
– Eu não sei por que (razão) você fez desse jeito.
e ele leva acento quando vem no fim da frase:
– Você gosta de comer acelgas por quê (razão)?
– Eu queria saber por quê (razão).
– Por quê?
O “para que” e o “o que” também seguem esta regra:
– Para que tanto suspense?
– Você me trouxe até aqui para quê?
– Para quê? O quê?
– Quem tem medo de pular faz o quê?
Agora, quando ele não tem o “razão” implícito, escreve-se junto:
– Eu vou assistir ao filme porque hoje é meu dia de folga.
E quando ele é substantivo, escreve-se junto e com acento (e geralmente é precedido por artigo):
– Queria muito que você me contasse o porquê de tanto alarde.
– Dentro de poucos dias você saberá os porquês.
Acabou a dúvida? Espero que ninguém mais se confunda! 😉