Um grupo de igrejas malaias acusou o governo na última segunda-feira (4) de perseguir os cristãos depois que autoridades alfandegárias apreenderam 32 Bíblias de uma passageiro no aeroporto.
O Conselho de Igrejas da Malásia disse que os oficiais do aeroporto de Kuala Lumpur confiscaram no dia 28 de janeiro duas caixas de Bíblias de Juliana Nichols que estava voltando para a casa, vinda de Manila, nas Filipinas.
“O Conselho de Igrejas fica espantado com tais atos que estão acontecendo freqüentemente em nosso país e que estão passando impunes”, disse o secretário geral, reverendo Hermen Shastri, em uma declaração.
“Nós chamamos o primeiro-ministro…para fazer uma declaração clara e inequívoca que assegure aos cristãos no país que eles não serão alvo de molestamento e perseguição”, disse ele.
O confisco de Bíblias foi o último de uma série de disputas que estão corroendo os direitos de não-muçulmanos. De acordo com o reverendo, o Ministério de Segurança Interno, que vetou as Bíblias, deveria liberá-las imediatamente.
Autoridade promete devolver
Um funcionário sênior do ministério que se recusou a se identificar disse que o assunto estava resolvido e as Bíblias seriam devolvidas imediatamente ao dono.
“Em primeiro ligar, os livros não deveriam ter sido confiscados”, disse o funcionário por telefone. Ele afirmou que Bíblias não fazem parte da lista de produtos proibidos de entrar no país.
No mês passado, o governo decretou que um jornal protestante e outro católico não podiam usar a palavra Alá, para designar Deus, alegando que os não-muçulmanos não poderiam usar a palavra para descrever o Deus deles (leia mais).
Os muçulmanos malaios, politicamente dominantes, formam aproximadamente 60% da população de cerca de 26 milhões, enquanto chineses étnicos e minorias índias incluem os hindus, budistas, cristãos e sikhs.