O cristianismo é uma realidade cada vez mais residual no território em que Jesus nasceu e viveu. Hoje os cristãos representam pouco mais de 1% da população israelita e palestina, sem grande peso político ou econômico, mas asseguram que a sua presença ali nunca irá desaparecer.
De acordo com o pároco Pierbattista Pizzaballa, responsável máximo da Custódia da Terra Santa – 60% dos cerca de 170 mil cristãos da região vivem em Israel e 99% têm origem árabe-palestina.
A discriminação é dupla, seja pela origem étnica, seja pelo fato de, embora árabes, não professarem o islã, o que leva a uma forte emigração dos cristãos, em especial nas zonas controladas pela Autoridade Palestina.
O drama é particularmente sentido em Belém, local onde a tradição cristã situa o nascimento de Jesus. O conflito entre facções palestinas tem um forte impacto na vida econômica e social, à beira do colapso, apesar do aumento dos números do turismo religioso em 2007.
A construção, por parte de Israel, do muro de segurança na Cisjordânia, com os seus numerosos checkpoints, complicou ainda mais a vida da população que trabalha em Jerusalém e dificulta o acesso ao local por parte dos turistas, principal fonte de receitas de muitas famílias de Belém.
Restrição de acesso em Jerusalém e Belém
A restrição do acesso aos lugares santos de Jerusalém e a Belém pode ainda agravar as divisões religiosas na área, que tem uma importância decisiva para cristãos, muçulmanos e judeus.
As Igreja encontra problemas, por outro lado, na obtenção de vistos para religiosos oriundos de países árabes.
“Somos poucos, somos pequenos, mas estamos aqui e permaneceremos”, afirma Pierbattista. Além de um papel social relevante, a presença cristã é importante no plano do diálogo com israelitas e palestinos.