Aves migratórias

Amigos, a gripe aviária fez com que a maioria da população mundial tivesse conhecimento de um fenômeno que ocorre todos os dias e que a maioria ignorava. Todos os dias, milhares de aves estão indo de um lugar para outro, à procura de alimento, de reprodução, de perpetuação de suas espécies. Desde que mundo é mundo elas fazem isso. Faz parte do ciclo da vida. Elas dependem disso para sua sobrevivência. É de sua natureza e é da natureza. Elas foram criadas assim e sempre será assim.

Só que de repente percebemos que este balé migratório pode ser assustador para a raça humana. Um pato selvagem, infectado com a tal gripe, pousa numa granja de penosas em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Pronto! Está feito o estrago. A Rússia, a Europa e até os países árabes cancelam os pedidos. A Sadia e a Perdigão não têm mais para quem vender frango. Eles começam a sobrar nas granjas e começam a morrer. O preço cai no mercado interno, mas por pouco tempo, porque um dia os produtores terão que tirar o atraso e aí nós é que pagaremos a conta. Cá entre nós: não tem jeito de parar essa história de migração?

Mas tem o outro lado da história. Todos nós que fomos à escola já aprendemos, bem ou mal, sobre aqueles pássaros migratórios que comem frutos na floresta e regurgitam as sementes em outro local, promovendo a germinação desta espécie e ajudando na sua preservação. Os pesquisadores dão graças a Deus (quando acreditam nele) quando isso acontece, porque isso ajuda a proteger aquela espécie de extinção. É uma abençoada migração.

Coitados dos patos selvagens. Eles é que acabaram pagando o pato. Não é deles a culpa da gripe aviária. Eles são tão vítimas quanto os produtores de frangos. A culpa não é da migração. Isso faz parte da vida. Como disse o poeta, “a vida se repete na estação, tem gente que vem, tem gente que vai, tem gente a sorrir e a sonhar”. Não é esse o problema.

Mudar de ares, de ambiente, de cidade e até de igreja, não significa necessariamente uma coisa negativa. O que pode ser negativo é o que vamos fazer lá. O que levaremos ao novo local. O tipo de influência que vamos causar lá. Se for para reproduzir, para gerar vida, para proporcionar a continuidade da existência, a perpetuação da raça, a germinação de novas árvores frutíferas, amém! Vamos em frente. Isso será bênção, produzirá alegria, fará surgir erupções do fruto do Espírito.

Agora, se for para levar gripe aviária, fique onde está. Se você está infectado, sua influência será nefasta. Quem está doente, não pode comunicar saúde. Só vai gerar morte, prejuízo e dificuldade, onde quer que vá. A questão não é se você migra ou se permanece onde está. A questão é o que você promove quando migra ou quando permanece. Se você é benção aqui, certamente será bênção lá. Se você é problema aqui, será problema por onde quer que você for.

Então, antes de levantar vôo, consulte um médico. Se estiver tudo em ordem, boa viagem. Seja feliz, cruze os céus, alçando novos horizontes e espalhando bênção e vida.

Se estiver com gripe, fique onde está e peça ajuda. Pode ser que Deus lhe cure e lhe dê uma nova chance de seguir na próxima turma.

Pensando bem:

“O que vale não são os anos de sua vida, mas a vida dos seus anos.” Adlai Stevenson