As figuras feitas a partir da Bíblia, que incluem um Jesus de 30 cm e um Daniel de 8 cm na cova dos leões, terão seu espaço em 425 das 3,3 mil lojas do Wal Mart no país, especialmente no meio Oeste americano.
Os bonecos da linha Tales of Glory (Contos da Glória, em tradução livre) travarão uma verdadeira “batalha” contra algumas das figuras mais conhecidas das crianças, como o Homem Aranha e os Transformers. Mas os fabricantes estão otimistas.
“Se você for à seção de brinquedos de qualquer grande loja, vai ver brinquedos e bonecas que promovem e glorificam o mal, a destruição, a mentira, a trapaça”, diz David Socha, fundador da One2believe, a companhia que fabrica os brinquedos.
“Na seção de bonecas, você vê bonecas que promovem a promiscuidade de garotas muito jovens. Bonecas com roupas reveladoras demais”, ele acrescenta.
Para Socha, o que sua companhia oferece é algo “baseado na fé que não só é divertido para brincar, como também solidifica os meios espirituais (das pessoas)”.
Produtos cristãos
A idéia da empresa é embarcar no que parece ser uma tendência nos Estados Unidos.
As vendas dos chamados produtos cristãos, que incluem livros, música, roupas e presentes, cresceram consistentemente e passaram de US$ 4 bilhões em 2000 para US$ 4,6 bilhões em 2006 (de cerca de R$ 8 bilhões para em torno de R$ 9,2 bilhões).
Segundo a Associação para o Varejo Cristão, parte deste crescimento se explica pelo “boom” de livros cristãos, alguns escritos em resposta ao desconforto de alguns cristãos com o sucesso da série do bruxinho Harry Potter.
De acordo com um estudo da consultoria Book Industry Study Group, a venda de livros religiosos subiu 5,6% em 2006.
Além disso, consumidores de obras cristãs gastam cerca de 50% a mais em livros do que outros compradores de livros nos Estados Unidos, revelou outro estudo.
Laurie Schacht, presidente da publicação The Toy Book, da indústria de brinquedos, acredita que os brinquedos com conteúdo religioso podem vender bem em seus nichos.
“Acho que será uma compra dos pais, mais que uma compra pelo que as crianças querem”, ela afirmou.
“Mas há um mercado (para eles), e acho que o Wal Mart percebe isso e abre espaço para eles em sua prateleira.”